quarta-feira, 8 de junho de 2011

O Ex-Redator

Pela primeira vez não me preocupo mais com a beleza das palavras. Do que sai dos meus lábios, o ritmo pouco importa. Fluidez não existe mais na minha gramática. Aliás, minha gramática virou lenha na nossa fogueira. Tudo que eu já soube alimentou o fogo que te aqueceu. Estranho é pensar que o único arrependimento que me ocorre é o de não ter aprendido mais, só para te deixar mais quente. Se dependesse de mim, nossa fogueira seria incessante, e eu passaria todos os dias estudando, para que você pudesse passar todas as noites aquecido.

As mesmas palavras que um dia me confortaram, hoje te aquecem. E eu que achava que não existia prazer maior que a leitura.


quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

O não-dia

Eu podia passar o resto da minha vida aqui, só assistindo enquanto você dorme. Uma hora você ia ter que comer, beber, mijar. Os piores momentos de cada dia. Sabe, até romantismo tem limites. Não disse que faria. Disse que podia. Não vai levantar pra almoçar? Não tenho fome. Você? Acho que fico mais um pouco. Ia acabar comendo comida de ontem mesmo. O sol já se pôs. Tem planos para a noite? Eu não. Então fica. Fico. Ama. Amo. O resto da minha vida.